PARA A SOCIEDADE A MAGREZA É SINAL DE BELEZA? PERDER PESO VIROU OBSESSÃO?

Quem nunca quis mudar nada em si mesmo (principalmente o peso) que atire a primeira pedra. Somos seres sociais e naturalmente buscamos no outro características que gostaríamos de ter, o problema é que numa sociedade em que a magreza é considerada sinal de beleza e valor, pode ser complicado se sentir parte dessa sociedade.

O padrão ideal corporal está sempre mudando, basta observar as pinturas do século XVIII e ver a representação de mulheres gordas nas telas. Mas precisamos aceitar que já vivemos há algum tempo em uma “ditadura” da magreza. Engana-se quem pensa que esse é um debate novo que atinge apenas as gerações mais novas, basta lembrar da modelo Twiggy nos anos 60 ou as supermodelos dos anos 90, como Naomi Campbell e Kate Moss, consideradas até hoje o padrão de ‘mulher ideal’.

Cada década/século assume um corpo como o que deve ser seguido e as mulheres fazem o possível para se adequar e assim serem consideradas parte da sociedade, mas a que custo?

Será que vale a pena se odiar uma vida inteira buscando ser algo diferente do possível? Sofrer por dietas, privar-se de roupas por vergonha, sentir-se mal com seu próprio corpo é uma atitude positiva? Pense bem nisso caso nunca tenha se questionado.

É frustrante não encontrar roupas que sirvam e ser sempre bombardeada por imagens de mulheres no padrão de magreza e com poucas curvas, tão frustrante que muitas vezes essa influência, que ganhou força nas redes sociais, pode desencadear transtornos emocionais e alimentares. Tome cuidado com o uso que faz das suas redes sociais e filtre o que é positivo, real e que acrescenta na sua vida.

Por sorte a Geração Y vem trazendo um novo olhar para as mídias, mais preocupado com o real, incentivando a busca pela diversidade em todos os sentidos. Aproveite!

De olho nessa tendência, disseminada pelos Millennials, cada vez mais marcas, mídias e profissionais de moda buscam incluir pessoas com diferentes biotipos. É o caso, por exemplo, da marca inglesa ASOS, fast fashion bombada na internet, que recentemente decidiu dar um grande passo e incluir meninas com diferentes tipos de corpo em seu e-commerce, oferecendo para as clientes virtuais a experiência de ver em seu site o mesmo look em modelos de diferentes tamanhos e formas.

Porém mesmo com mudanças significativas, a grande maioria ainda não se rendeu à representatividade e continua insistindo em cultuar o valor da magreza e a desvalorização de corpos reais.

Há ainda as marcas que na tentativa de serem inclusivas e diversificadas erram feio na proposta, apresentando um conceito que não condiz com a imagem escolhida para representá-las.

A verdade é que a necessidade de mudança existe, no entanto, esbarra nos interesses da indústria da moda. A magreza excessiva ainda é requisito nas semanas de moda internacionais, as grandes publicações de moda insistem em defender que seu casting reflete a demanda e as agências de modelo não investem em diversidade, um círculo vicioso que preocupa.

Dito isso, acredito que as novas gerações têm o potencial da mudança em suas mãos. Cabe a todas nós levantarmos essa bandeira e aceitarmos que não temos que nos adequar ao padrão, e sim o padrão que tem que ser modificado e diversificado a fim de atender as consumidoras com corpos reais e diversos.

Deixe sua opinião nos comentários, afinal: magreza é sinal de beleza ou é imposição da sociedade?

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