Os sacos plásticos foram adotados pelos supermercados. No final da década de 50 pareciam ser a solução definitiva para o transporte dos produtos de maneira geral. A ideia era tão boa que logo se espalhou para todo tipo de comércio.
O que nasceu como solução virou problema ambiental. Por isso, em 2007, a designer inglesa Anya Hindmarch criou uma bolsa de pano com a frase “I’m not a plastic bag” (Eu não sou uma bolsa de plástico).

Uma tendência atual criada há décadas
O produto foi incluído no catálogo da designer com um preço acessível, na época o equivalente a R$15. Certamente o preço ajudou a popularizar ainda mais a tendência, mas, a real é que a ideia da ecobag é muito mais antiga que o modelo lançado por Anya. Em 1997, a Chanel já se preocupava com o meio ambiente e lançou uma bolsa de malha plástica dura, com acabamento dourado, para ser usada em substituição às vilãs de plástico.
Uma ecobag pode durar até cinco anos! Seu material é de fácil decomposição (sacolas plásticas decompõem entre 100 e 400 anos) e elas são capazes de substituir em média, cinco mil sacolinhas plásticas. Mas são apenas os materiais de fabricação que fazem com que ela reduza o impacto ambiental das concorrentes de plástico.
Repense o uso!
Para que ela cumpra sua função, deve ser reutilizada por mais de 171 vezes. De acordo com uma pesquisa realizada pela Agência Britânica do Meio Ambiente, se esse número for menor, o efeito inverte-se! A bolsa passa a contribuir para uma emissão maior de gases do efeito estufa na atmosfera que as versões de plástico. As sacolas de algodão são 200 vezes mais prejudiciais ao clima do que os sacos de polietileno. O algodão consome maior quantidade de energia durante seu processo de industrialização. Ele também é responsável por uma disfunção pulmonar causada pela aspiração crônica de suas pequenas fibras.

A partir disso viu-se que as sacolas reutilizáveis podem também ser feitas a partir de material reciclável. Essas são as que apresentam menor impacto dentre todas as categorias. Assim, acabam se mostrando a melhor saída para a redução de lixo plástico, ações de sustentabilidade, preservação do meio ambiente. Também para a diminuição do impacto ambiental. As ecobags de plástico são ecologicamente corretas por serem retornáveis e 100% recicláveis. O polietileno, o vinil (PVC), a ráfia e o não tecido TNT (polipropileno), e o PET reciclado são plásticos muito utilizados na confecção dessas sacolas.
Então, outro ponto que marca o mau uso das ecobags é que algumas pessoas compram mas não as utilizam constantemente. Enquanto elas acabam ficando esquecidas nos armários, em alguns casos a pessoa até chega a comprar uma sacola nova cada vez que vai às compras. Claro que isso aumenta a demanda e a bag deixa de ser eco, certo? Ao final do texto listamos umas dicas de uso correto e amigável 😉
Materiais e tradição
Outro material usado na confecção de sacolas sustentáveis são os fios de capim dourado. Costurando a fibra fina e as folhas de buriti, ambas espécies nativas do cerrado brasileiro são produzidas por artesãs e artesãos que confeccionam grande diversidade de peças.
A tradição do artesanato com o capim dourado, o “ouro do cerrado”, foi passada pelos índios da etnia Xerente que no começo do século XX saíram caminhando pelo lado do Rio Araguaia. Eles passaram pelo povoado quilombola Mumbuca e ensinaram alguns moradores a “costurar capim” com a seda de buriti. Desde então, esse saber tem sido passado de geração para geração.
Parque Estadual do Jalapão
O Parque Estadual do Jalapão fica no Tocantins e é um dos poucos locais que conta com uma área considerável de cerrado conservado – onde se encontram os campos de capim dourado. A colheita é feita uma vez ao ano, no começo da primavera. Junto com a semeadura, período em que se realiza a Festa da Colheita, no povoado. Como o respeito à época da colheita é crucial para a sobrevivência da planta, criou-se uma lei que regula a sua coleta. Outra forma de garantir a sustentabilidade ambiental, social e econômica do local foi proibir a saída do capim dourado “in natura” da região, sendo permitida apenas a circulação de peças produzidas pela comunidade.
Cultive sua ecobag e seja eco friendly:
– Um estudo das Universidade do Arizona e de Loma Linda, Estados Unidos, achou nas sacolas retornáveis usadas um número considerável de micro-organismos nocivos, como bactérias que causam infecção gastrointestinal. Por isso uma vez por semana higienize a sua. Então, lavar as de tecido com água e sabão já resolve. Além disso, borrifar gotas de uma solução feita com uma colher (sopa) de água sanitária e 1 litro de água nela ainda úmida. Nas de plástico reciclável também funciona.

– Se uma vale por 5.000 sacolas plásticas não precisamos de tantas, né? Hoje em dia eventos de grandes marcas de roupas e acessórios como a Cantão e outras marcas nos presenteiam com ecobags ou fazem delas suas embalagens. Pense nisso.
– Quando for ao mercado, leve ao menos duas ecobags. Separe nelas os produtos que comprar! É nos supermercados que encontramos uma grande variedade de estampas e bolsas de material reciclado. A rede Pão de Açúcar é uma delas.
Curiosidades
1,5 MILHÃO é a quantidade de sacos plásticos consumidos por hora no Brasil.
Furoshiki é uma técnica de embrulho tipicamente japonesa feito com tecido. Atualmente, a técnica vem ganhando relevância ecológica. Uma vez que, reutilizável, é uma alternativa às embalagens de plástico. Uma opção bonita e cheia de estilo. Aliás, praticamente qualquer tipo pode ser usado, contanto que seja maleável o suficiente para comportar objetos. No Brasil, o grupo Mottainai promove a cultura japonesa aplicada à educação ambiental e ministra workshops em diversos eventos: Mottainai Sustentabilidade
Você ja garantiu a sua ecobag? Vamos ajudar a salvar o planeta?
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