Na teoria, criar roupas e acessórios a partir de metodologias e processos de produção que não sejam prejudiciais ao meio ambiente define o conceito de moda sustentável. Que também é conhecido como eco fashion. Eu acrescentaria à essa teoria a questão prática ligada à maneira como consumimos a moda. Pois uma das coisas que aprendi durante a pesquisa para esse texto (família Com Sensual sempre me levando à novos mundos) foi sobre o alto nível de consumismo. Aliás, mundo ao qual nos permitimos ser levados também! Esse consumismo desenfreado foi um fator determinante para o surgimento da moda sustentável.
Consumo consciente
O consumo desenfreado resulta em necessidade de produções em larga escala. E, Mamãe Natureza, tão sensível e senhora do seu tempo como nós mulheres, tem sua hora para cada coisa. Logo, se não respeitamos seu tempo o resultado certamente não será positivo, assim como acontece com seres humanos. Por esse motivo, trouxe aqui algumas dicas de acessórios e marcas nacionais e internacionais. Porque phynas somos! Assim, podemos dividir um pouco da história e valores de quem produz coisas lindas que não agridem o meio ambiente.
Apoiando produtores nacionais
Há quase sete anos minha amiga-irmã Carolina Herszenhut, estilista, empreendedora, empresária, Mulher Maravilha… criou O Cluster! Uma plataforma que buscar trazer para luz aqueles produtos e seus criadores que estão ali, no quintal de casa, na cozinha, no fundo da garagem. A cada edição ela traz marcas das mais diversas vertentes, visando principalmente o conceito da moda sustentável. Foi n’O Cluster que tive o prazer de conhecer algumas delas. Desde 2014 o Claudio Martins está à frente da Bossapack, uma iniciativa 100% nacional que traz pra gente bolsas e mochilas maravilhosas, com valores acessíveis e toda a pegada da sustentabilidade.
Os produtos são feitos com tecidos 100% reciclados com certificação internacional. Aliás, ele tem também uma linha de estampas que foi desenvolvida juntamente com os indígenas da etnia Kayapó. Na linha de cosméticos e chás temos a turma do Chá Dao. Em 2015, a Martha Pedalino se aventurou pelo sudeste asiático. Pois nos trouxe um baú lotado de experiências e aromas, que hoje em dia ela colhe no quintal de casa. “É extremamente feliz ver que as plantas, mais amplamente falando: a natureza, me apoiou até hoje. Vivo disso e pretendo viver ainda mais!”.
Óculos sustentáveis
Uso óculos desde os seis anos e nem sempre foi uma tarefa fácil encontrar armações bacanas e ter óculos de sol era um problema. Pois existem os melindres no meu alto grau. Em 2009 tive o prazer de conhecer a galera da Evoke e foi amor a cada óculos. Em 2011 começaram o movimento das armações sustentáveis. O resultado foi uma linha pioneira de óculos produzida na Itália com uma inovadora matéria-prima: o bioplástico. Nasceu ali a Evoke Counscious Design.
Marca internacional
Internacionalmente falando apresento a vocês a KAG Jewels, uma linha canadense de brincos, anéis e colares, feitos a mão. Karine Gagnon começou a explorar seu lado artístico com a pintura. Durante seis anos criou, imaginou e descobriu inúmeras técnicas que a levaram a criar ainda mais. Nas joias ela encontrou uma fonte perpétua de criação e em 2016 fundou a KAG. Hoje são 17 lojas físicas pelo Canadá, em parceria com Maha, uma outra marca canadense que segue a mesma linha de Karine.
De volta à Terra Brasilis
No Rio de Janeiro temos o Tiago de Paula, marceneiro de mão cheia que a partir de sua profissão desenvolveu a Taboca Jóias. Onde faz colares, brincos, pulseiras e amuletos reciclando madeiras de demolição.
Outras cositas que achei bem bacanas foram a plataforma Fauna, criada por Lilian Liu, Carolina Perlingieri e Rafaela Machado a fim de reunir “artigos de moda que são gentis com as pessoas e com o mundo à nossa volta”. No site podemos encontrar mais de 20 marcas que vão desde tops a calçados. Passando por moda praia, maquiagens e ainda tem lookbooks pra nos dar uma força e o Sou de Algodão “movimento criado para incentivar o uso dessa fibra natural tão essencial na moda e no bem-estar dos brasileiros”. São 56 marcas de variados estilos e que têm o uso consciente do algodão como meta. No Moda Verde, de Litza Mattos é possível encontrar um guia de produtos e serviços para quem quer ser ecologicamente correto mas não sabe por onde começar.
Pra finalizar, eu conto para vocês que em 5 de junho de 2020 o Rio de Janeiro será sede do primeiro Fórum Mundial de Moda Sustentável, o Rio Ethical Fashion. Idealizado pela diretora criativa Yamê Reis o REF vai transformar o Rio em uma verdadeira vitrine para a moda sustentável produzida no Brasil e no mundo. Já estão confirmados nomes como Oskar Metsavaht (Osklen), André Carvalhal (AHLMA), Dudu Bertholini e Lilian Pacce.
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