Incrível constatar que o sutiã chegou como herói, passou por vilão e hoje é aliado e companheiro de quem os veste.
Se tem notícias da tentativa de criar o que hoje chamamos de sutiã a partir de 2.000 a.C.. Na Ilha de Creta nossas ancestrais usavam tiras de pano para modelar seus seios. Então, pouco mais tarde, gregas passaram a enrolá-los para que não balançassem. Já as romanas adotaram uma faixa para diminuí-los.

Roupa de baixo mais confortável
O sutiã surgiu da necessidade que as mulheres daquela época tinham de se livrar do espartilho. Esse era um grande vilão de nossas ancestrais! Aliás, as mulheres eram submetidas à verdadeiras sessões de tortura ao vestí-lo. Os cordões eram tão apertados que algumas chegavam a desmaiar e muitas sofreram com problemas respiratórios, digestivos e circulatórios. Todos derivados do uso deste acessório criado em mais uma das inúmeras tentativas de nos encaixar num padrão de corpo ideal.

O sutiã real oficial
Sutiã, palavra vinda do francês soutien, que é a síntese de soutien-gorge. Traduzimos como suporte para o seio. Mas literalmente significa suporte para a garganta. Além disso, sua criação é controversa e data de dois momentos em dois continentes distintos. Na Europa, em 1889, a francesa Herminie Cadolle resolveu cortar a parte de cima do espartilho dividindo-o em duas partes: uma espécie de corsetpara a parte inferior do tronco e uma parte superior, com alças, para segurar os seios. Este conjunto de peças foi apresentado na Grande Exposição Universal de 1900, que aconteceu em Paris. Por volta de 1905 a parte de cima do soutien-gorge já era vendida e com o passar dos tempos passou a ser chamada apenas de soutien.
Já nos Estados Unidos, em 1913, a socialite nova iorquina Mary Polly Jacob utilizou algumas fitas e dois lenços para sustentar seus seios. Com efeito para usar sob um vestido mais leve que os comumente utilizados. Em 1914 Mary Polly patenteou sua invenção. O que faz com que seja considerada a inventora do dito cujo. Mas como não teve sucesso com as indústrias têxteis, acabou vendendo sua criação para a Warner Bros (sim, aquela dos filmes e séries que a gente assiste) por U$1500. Mais tarde a empresa faturou mais de 15 milhões com o mesmo produto.
O sutiã ao longo das décadas
Na década de 1920, Coco Channel influenciaria a produção de sutiãs que achatavam nossos bustos. Na década seguinte os bojos de enchimento e estruturas metálicas seriam adotados para dar a impressão de seios mais fartos. Com o desenvolvimento do nylon pela empresa norte americana Dupont, o sutiã ganharia elasticidade e resistência a partir da década de 1950.
Quando falo que o sutiã chegou como herói mas também já foi o vilão de nossas vidas é porque ao longo de sua história vamos descobrindo os diversos formatos. Além de modelos e intenções que ele foi recebendo! Por exemplo, para apertar os seios, para salientá-los, para modelá-los, controlá-los…vai saber. Aliás, no final do texto tem vídeo bacana ilustrando essa linha do tempo.
Sutiãs e ativismo
Então em 7 de setembro de 1968,um grupo de ativistas de Atlantic City do “Women’s Liberation Movement”(Movimento de Liberação Feminina) promoveu o “Bra-Burning“, que ficou conhecido como “Queima dos Sutiãs”. O protesto aconteceu durante o Concurso Miss América. Mas foi aderido em outras cidades e países como um movimento de ruptura ao que a figura do sutiã representava para nós mulheres naquela época. Não um inimigo em si, mas um conjunto de insatisfações.

Assim, a partir daquele momento e ao longo de nossas vidas, das nossas antepassadas e até hoje, o sutiã foi e segue sendo um retrato da nossa história. Por que não dizer na nossa flexibilidade, evolução, capacidade de mudar e se adaptar?Hoje o sutiã tem uma variedade infinita de tamanhos, formatos, tipos de confecção. É feito para ficar à mostra e feito para não aparecer. Ele já foi queimado, amado, odiado e hoje em dia acho que podemos dizer que ele é até bem querido e chegou no agradável estágio de “use-me quem quiser. Sou bem de boa com isso”
Curiosidades:
– Vídeo com a história do sutiã:
- Segundo pesquisa de 2017 do Grupo Abril, foi constatado que as mulheres pensam, primeiramente, em ficar sensuais para si mesmas ao comprar uma lingerie. Nas pesquisas de 2009 e 2013, a opção que se sobressaía era a de se agradar e, ao mesmo tempo, agradar ao parceiro ou parceira.
- Em 2014 a empresa japonesa de lingerie Ravijour criou um sutiã que só pode ser aberto pelo poder do “verdadeiro amor”. Nele existem sensores escondidos que detectam a frequência cardíaca de quem o veste. As molas do sutiã são abertas quando os batimentos cardíacos aumentam. Parece que ele não foi posto à venda mas comprando acima de 5 mil yens(uns R$150) no site você concorre a ganhar um.
Texto feito com a colaboração de Tainá Barboza
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